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Alberto Zucchi ou a personificação da falsidade

Muito foi dito sobre o motivo real da divisão da Montfort. O tal problema econômico que teria motivado a separação não passa de fakenews, porque é notória a má gestão da entidade. Os seus eventos impressionam pela ausência de público e o desagrado aumenta dia após dia. Os poucos que tinham capacidade de levar as coisas no rumo certo (segundo eles) em boa hora saíram da entidade.

O principal motivo da divisão foi a “limpeza interna” ou “depuração da Montfort” daqueles que aceitaram o Vaticano II como eles dizem. O pretexto foi o comparecimento da viúva Fedeli a uma inocente “Celebração da Palavra” oficiada por Dom Odilo Scherer na abertura do sínodo arquidiocesano de São Paulo. É possível imaginar uma desculpa mais absurda? Expulsar a viúva do “Professor” por razões mais fúteis?

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Dom Odilo com Zucchi

Isso foi o principal motivo para concretizar a desejada “limpeza da face” da Montfort. Como bem observou uma página tradicionalista conhecida, tudo não passou de pura escusa, pois o mesmo Zucchi atuou de modo semelhante “quando convidou dom Odilo para pregar Amoris Laetitia no congresso da Montfort, ou que concede a padres do IBP que reconhecem, sem nenhuma cerimônia, assistir a Missa no rito de Paulo VI quando necessário (por exemplo, o Padre Paul Aulagnier, incensado pelos membros da Montfort como grande combatente da Tradição).[1]

 

Na realidade, a tal “missa nova” foi o pretexto. O ditador Zucchi deu seu golpe de Estado na Montfort.

Uma entidade que se denomina católica e que expulsa membros pelo fato de ouvirem uma pregação do arcebispo de São Paulo? Isso não fere os princípios mais básicos da Constituição, no que se referem à liberdade religiosa? Vê-se, uma vez mais, a aplicação do mesmo atuar de Maquiavel. Ou dos clássicos gurus de seita quando são contrariados em seu pensamento. Porém, para Zucchi não há problemas, e no facebook da Montfort se pode ler:

“Nesta ocasião foi informado que os que compareceram naquela celebração o fizeram à total revelia da direção da Montfort e que, questionados sobre o seu procedimento, permaneceram em silêncio sem apresentar nenhuma explicação. Ademais, todos os que lá estiveram deixaram voluntariamente de frequentar a Montfort”.

Está claro o que significa “silêncio” e “voluntariamente” em linguagem “fedeliana”. Um dia aventaremos algo sobre o “dicionário fedeliano”, com documentos muito interessantes que circulam de mão em mão…

Porém, na realidade, o motivo da expulsão é outro. Como explica o já citado site de informação, “a iniciativa de Ivone de fundar uma comunidade religiosa distante do raio de influência (ou seria do governo?) de Zucchi e de seu IBP, buscando diretamente o reconhecimento da Arquidiocese de São Paulo, sem se sujeitar à ‘liderança’ do presidente da Montfort.”

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Ivone Fedeli

Em outras palavras, como todos os ditadores, Zucchi não podia tolerar perder o controle: sua meta de mudar a Montfort capitalizava muito com uma “ruptura interna” para produzir maior credibilidade.

Como árvore má, da seiva do Lutero do Brasil surgiram dois ramos. Um fiel a sua essência, mas infiel aos métodos: Zucchi. O ramo da Madre Ivone, ao contrário, guardou a sua memória na doutrina, mas traiu o seu legado ao confiar “na anti-igreja do Vaticano II”.

O mesmo site explica:

“O que se diz é que Ivone-Edvaldo seguem sendo um ramo mais puritano e rigorista da Montfort, e Zucchi-IBP um ramo, digamos, mais liberal, ao menos do ponto de vista dos costumes. Contudo, a narrativa de Zucchi no vídeo mencionado procura transmitir o contrário: Ivone seria concessiva ao progressismo, por causa da Celebração da Palavra; e ele seria mais fiel ao seu defunto marido que a própria viúva.”

Em resumo, com a morte de Fedeli findou a antiga Montfort. Mas, a falta de uma, surgiram duas novas seitas: uma que se  entregou à Igreja sob a forma de uma congregação religiosa, tendo na viúva uma Madre Superiora (estranha coisa fez Dom Odilo, pois ela não mudou de opinião quanto ao Concilio), e a seita do Zucchi que se adaptou ao mundo moderno, com miragem de radicalidade interna, mas que, na verdade, vive uma dupla realidade: uma libertinagem de pensamento com uma fachada de antiprogressismo.

O vídeo referido pelo site em questão é notável. Em uma reunião interna (sempre no escuro), Zucchi pretender justificar os motivos da ruptura e ataca a missa católica, dizendo que “Fedeli (como a Montfort) sempre condenou essa porcaria”. A declaração é contundente e não deixa dúvida. A reação do auditório é notável. O vídeo é a prova mais clara da deriva sectária de Zucchi, em continuação às doutrinas do Lutero do Brasil.

A modo ilustrativo, recordemos que as afirmações do Fedeli sobre a missa estão na mesma linha. Para Orlando Fedeli, a missa dita nova “tem sabor de heresia”[2], foi produto de “um maçom e seis pastores protestantes”[3], contem “heresias gnósticas e outras teses maçônicas”[4] e é “a causante da apostasia de milhares de sacerdotes”[5]. Para o Lutero do Brasil, e agora Zucchi, desde a promulgação de missa de Paulo VI a Igreja vive “dezenas de anos de profanações” [6], missas “inválidas e sacrílegas”[7]. Em resumo, para o Lutero do Brasil, Orlando Fedeli, a missa nova é “outra religião”[8], “uma profanação luterana”[9] que “destruiu a fé”[10] com “pura escamoteação”[11]e “fabricada artificialmente”[12].

A história se repete. Como o Lutero histórico (Martinho), à sua morte sucederam novas seitas e correntes de pensamento.

A propósito, um dia falaremos sobre Guilherme Chenta, o misterioso personagem desaparecido, autor do Legado Montfort (blog.legadomontfort.com.br) e que enigmáticas pressões o forçaram a desistir de seu projeto. Pretendia ele deixar para a posteridade todas as doutrinas do Fedeli.  As últimas cartas do Orlando Fedeli eram assinadas por este seu “secretário fiel”, como se constata nesta missiva. Nela, Chenta fala de seu plano, e de forma misteriosa o apresenta como empreendimento da Montfort:

“Gostaria de ressaltar, no entanto, que tudo isso não é resultado de uma geração espontânea ou algo parecido, mas fruto de um amplo, ousado e árduo projeto que temos desenvolvido aqui na Montfort cujo nome é Legado Montfort”.[13]

Tudo foi uma farsa. Na realidade, o “LegadoMontfort” embaraçava os desejos de Zucchi de dulcificar a Montfort. Chenta lembrava demais ao Fedeli e tinha que sumir, com o seu blog. O que aconteceu com ele? Queima de arquivo? Foi mesmo deletado o conteúdo do seu Legado? O que tinha lá que Zucchi receava vir ao conhecimento das bases da Montfort? Mera disputa de poder ou novas informações comprometedoras?

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Guilherme Chenta, o secretário do Fedeli

No próximo post veremos uma revelação surpreendente sobre a Montfort…

 

 

Fontes

[1] https://fratresinunum.com/2018/07/02/divididos-o-cisma-da-montfort-zucchi-versus-a-viuva-fedeli/

[2] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=reabilita_lefebvre&lang=bra

[3] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20060520141933&lang=bra

[4] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=por_muitos&lang=bra

[5] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=por_muitos&lang=bra

[6] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=motu_proprio_missa&lang=bra

[7] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20070102224228&lang=bra

[8] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=por_muitos&lang=bra

[9] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20061228200752&lang=bra

[10] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apoio&artigo=20070208233449&lang=bra

[11] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20070102224228&lang=bra

[12] http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20060520141933&lang=bra

[13] http://www.montfort.org.br/bra/cartas/apoio/20091109075241/

Orlando Fedeli acusa a D. Odilo de erro

Orlando Fedeli, da Associação Cultural Montfort:

“A própria Santa Sé admite discutir o conteúdo do Concílio Vaticano II. Logo nela não há dogmas. Está, portanto, completamente errado Dom Odilo ao afirmar que quem não aceita o que diz o Vaticano II está excomungado. (…)

Infelizmente, hoje, no Brasil e fora do Brasil, muitos eclesiásticos contestam a autoridade do Papa Bento XVI e se mostram bem irritados com as medidas que ele tem tomado a favor da Missa de sempre e da restauração da Igreja.
Quanto à plena regularização da FSSPX é só Dom Odilo esperar. Ela virá.”

Fonte: montfort.org.br